Arroz Pingueiro

A idéia partiu da Rainha Clau, moça prendada e conhecedora de beberagens. Dia desses, finalmente, pude comprovar os benefícios organolépticos de se adicionar um trago de cachaça para variar o arroz do diário.

Trata-se de uma pequena, porém astuta, adição de aguardente na hora de refogar o arroz. Neste dia, utilize alho, mas achei bastante dispensável.

Deixarei aqui um relato breve do preparado, muito embora cada cozinheiro(a) possa ter sua maneira de cozinhar arroz. Como sempre, fique à vontade para fazer do jeito que lhe aprouver.

Ingredientes:

  • 1 colher de sopa de óleo
  • 1 dente de alho esmagado 
  • 1 xícara de arroz lavado e escorrido
  • 1/4 de xícara de cachaça 
  • 2 1/2 xícaras de água
  • sal o quanto baste

Como Fazer:

  1. Leve a água ao fogo para ferver. Quando as primeiras bolinhas começarem a aparecer, inicie o passo 2. 
  2. Numa panela pequena, leve o óleo para aquecer. Não deixe ficar fumegante, basta aquecer levemente, coisa de poucos segundos.
  3. Deite o alho para alourar, cuidando para que não queime.
  4. Adicione os grãos de arroz escorridos e mexa com sua colher de pau.
  5. Rapidamente, despeje a cachaça e continue mexendo. Não se assuste se ficar inebriado(a) com o aroma, é o álcool que está se despedindo da mistura em forma de vapor.
  6. Quando secar, adicione a água, que a essa altura deve estar fervendo de ansiedade para juntar-se ao refogado aromático.
  7. Dê mais uma mexidinha com a colher de pau, só para garantir que nenhum grão ficará grudado no fundo da panela. Abaixe o fogo e coloque a tampa meio de ladinho, para não abafar demais.
  8. Os tempos de cozimento do arroz podem variar em função da sua bateria de cozinha e da pujança do bico do fogão. Entretanto, fazer arroz não é uma tarefa que permite ausências prolongadas. Recomendo espreitar de vez em quando, só para garantir.
  9. Desligue o fogo quando, entre os grãos, puder ver uns buraquinhos com quase nada de água. Agora sim, cubra a panela com a tampa e deixe o arroz descansar por uns 10 minutinhos. Essa providência evita que ele se queime e ajuda a soltar os grãos, principalmente quando utilizam-se aquelas panelas de inox com fundo triplo, que de tão boas às vezes me pregam peças.

Como bem disse a Clau, não se sente um gosto definido de cachaça, mas a bebida empresta ao arroz o seu elã, fato que me inspira a, da próxima vez, empregar alguma vodca flavorizada.



20 comentários em “Arroz Pingueiro

  1. Patricia Scarpin

    Essa é novidade! Arroz com cachaça, fiquei curiosa!

    Eu, que sou super fraquinha com álcool, já ia ficar bêbada só com o vaporzinho do arroz subindo. 😀

    Dadi, teu vocabulário é rebuscado, hein, amiga? Tive que ir pesquisar o que é “elã”… 😀

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  2. Dadivosa

    Patrícia, não se preocupe, pois todo o álcool vai evaporar. Isso acontece também nos flambados, nos ensopados com vinho tinto, nos risotos… a bebida deixa só um perfuminho, não chega embriagar, não 🙂
    E acho que meu vocabulário denuncia minha condição de jovem-senhora-moderna-à-moda-antiga, não?
    ;***

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  3. Dauro

    Hmmm! Posso quase sentir o cheirinho. Aproveito pra te passar uma receita rápida de pelao (ou pelau ou pelal, não sei como escreve), prato de Trinidad-Tobago que aprendi com o Philo, amigo trinitário com quem dividi casa por uns tempos. Bota o óleo pra aquecer e uma colher de açúcar. Quando dourar, ponha pequenos pedaços de carne (ou frango) pra fritar, mais o alho. Em seguida misture o arroz, dê uma fritadinha, sal a gosto etc. Fácil de fazer e tem um delicioso gosto agridoce.

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  4. Dadivosa

    Dauro, que delícia que deve ser isso! Eu conheço arroz pilau e arroz pilaf, mas são diferentes na composição… quando testar, e vai ser logo, vou publicar a foto aqui 🙂
    Muito obrigada pela dica e bom finde

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  5. Neile

    A água “fervendo de ansiedade”…foi a melhor coisa do meu findi!.r.srs..

    Beijos e obrigada por escrever assim! Me faz um bem danado!

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  6. Vitor Hugo

    Piiiinga! Pena que não como mais arroz regularmente, hehehe. Mas é uma idéia bem interessante, gostei mais da sugestão de vodka, heheh.

    E primeira vez que vejo alguém usar o termo “organoléptico” que não seja do meu “meio” profissional. Se bem que não sei qual é a sua formação, heheheh.

    Morri de rir do blog da sua amiga, ela ‘nem’ gosta de um “mé”. heheheh. 😀

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  7. Dadivosa

    Neile, você é gentil por demais! Obrigada pelo carinho.

    Vitor Hugo, eu não saberia lhe dizer a que “meio” a palavra pertence… de qualquer maneira acho que as propriedades da cachaça se prestam a uma infinidade de preparações, ainda hei de testar outras combinações 🙂

    Akemi, fica delicado e muito gostoso mesmo.

    ;***

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  8. Vitor Hugo

    Dadi, na verdade ela pode ser usada por qualquer meio, né? Eu que sou aleatório por demais, heheh. Só tinha visto pessoas que lidam com a Química (técnico-acadêmico-científico) usar o termo, 🙂

    Agora me veio uma idéia, imagine usar cachaça com canela para fazer arroz doce? Hummm…..

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  9. Dadivosa

    Vitor Hugo, na escola sempre fui uma verdadeira nulidade em Química! Mas na cozinha faço meus experimentos… meu bico de bunsen é um fogão de quatro bocas, o cadinho é o pilãozinho, a pipeta é o conjunto de xícaras de medida e por aí vai 🙂
    Felizmente os acidentes de percurso não são graves: uma queimadurinha aqui, um naco de dedo ali… nada de explosões, por enquanto! hahaha
    ;***

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  10. Dadivosa

    Valentina, também sou novidadeira. A Rainha Clau foi brilhante, não acha?

    Vitor Hugo, nem eu sabia que me lembrava de tudo isso… sinal de que foram boas as minhas aulas de laboratório de química, né?

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