Bati este bolinho com a mãe durante minhas semiférias, numa tarde de muito calor. Trata-se de um clássico que não pode faltar na praia desde que me entendo por gente, pois a Vó sempre o fazia à tarde, para comermos quando chegávamos com aquela fome acumulada de horas debaixo do sol e dentro do mar. Tentarei detalhar ao máximo o processo, os ingredientes, temperaturas, seqüência e truques de forma que o Leitor e a Leitora possam reproduzir em seus próprios lares esta receita... [+]
Pouco importa o último grito da modinha féxion das coisas de comer. Ou o banzo que dá quando esse tal último grito passa, nos deixando a todos atordoados e a torcer o nariz para aquilo que um dia foi a estrela da festa, o assunto das rodinhas, a capa do suplemento do jornal, a diva onipresente nas fotos das revistas bacanas, a receita ‘chique’ que por fim chega à mesa de (quase) todos e cai na sempre crescente lista do... [+]
Aos poucos, vou restabelecendo as coisas nesse blog, que tanto sofreu com meu descaso, com a troca de roupa provocada por ataques de hackers e com a desconfiguração de uma montoeira de coisas no caminho. Pouco a pouco vou pendurando etiquetas, as “tags”, em cada uma das cerca de 500 postagens escrevinhadas e fotografadas nesses 4 anos e pouco. Junto com as categorias (Escritos, Pitadas ou Receitas, por enquanto), são elas que vão ajudar o Leitor ou a Leitora a... [+]
Foi o tio por parte de marido que provocou a cisma ao comentar sobre um molho de calabresa que todos comeram, repetiram, se lambuzaram e apelaram ao pãozinho francês quando a massa acabou. A despeito dos protestos da esposa (que cozinha uma barbaridade e esteve ali ao lado o tempo todo para garantir que nada viesse a desandar), bateu o pé e atribuiu ao seu preciso corte da linguiça e à sua perfeita mescla de temperos o sucesso da empreitada. Era... [+]
Quem disse que só se faz sorvete com maquininha, hein? Mais uma vez a receita do sorvete da vó Dinah foi levada a um almoço de domingo na casa dos tios e primos ‘por parte de marido’, só que de roupa nova, enformada como um pudim. Mais uma vez escolhi os melhores ovos caipiras, peneirei as gemas, bati as claras em neve, deixei a forma dormir no congelador e protegi a sobremesa com um pano de prato branquinho (daqueles com barra de... [+]
Tio Herbert, o Réba, costumava nos saudar em alemão. Perguntava se estava tudo bem – Alles gut?? – e os sobrinhos-netos respondiam, assim que aprendiam a falar, que estava tudo azul – Alles blau, Réba!!! Para chegar na casa do Réba e da Dada, bastava atravessar a rua, ao lado da ponte sobre o rio que passa ao lado da casa da mãe. Rio esse que transbordava com vontade a cada chuva mais intensa, como aquela de 83, que desabrigou e flagelou muita... [+]
Torradeiras me lembram a Dona Gerda. Ela usava um exemplar de linhas retas, bege, onde cabiam confortavelmente seis metades de pão francês (nem por nada consigo me lembrar da marca, adoraria encontrá-la novamente, mesmo que numa foto). Caso algum conviva desejasse uma torrada mal-passada, podia resgatá-la antes dela pular usando uma pinça que mais parecia dois garfos, com três dentes cada, entrelaçados feito namorados. Os lanches e cafés-da-manhã eram sempre sortidos na casa da Dona Gerda. Sortidos e perfumados pela... [+]
(foto: divulgação) Nos almoços de família somos encarregados de levar o chanclich e o pão árabe. Sr. Dadivoso, conhecido por sua organização & método, esmaga o chaclich com azeite na proporção perfeita enquanto eu, embora conhecida por minha falta de jeito com facas, corto o pão em 2, depois 4, 8, 16 seções tal e qual bem caprichadas mini-fatias de pizza branca. Cortar o pão árabe para a família é minha missão na terra, diz a lenda. Ao longo do tempo, fomos paulatinamente promovidos, acumulando o corte do assado e... [+]
Que a dadivosice corre no sangue da família, a Leitora e o Leitor queridos já devem ter se dado conta. São tantas influências deliciosas, tantas pessoas que me fizeram gostar de cozinhar (muito embora não seja lá nenhuma especialista e tenha meus dias de gororoba) que às vezes vem a sensação de que não vou conseguir dar o devido crédito a todas elas enquanto viver. Dadivosa pra lá de enrustida, Ti’mara – ou Tia Mara, ou Marinha – teima em dizer... [+]
Tenho a receita guardada há uns vinte anos, creio. Dona Yvette, cujos filhos eram bem mais velhos que nós, fez questão de escrevê-la para a mãe, visto que a iguaria fazia imenso sucesso conosco, as criOnças devoradoras de bananas. Dona Yvette e Seu Procópio vinham de Minas, adoravam uma praia e tinham a celestial paciência de nos levar com eles em seus passeios de verão. Por algumas horas, eram avós emprestados, perfumados, doces e aconchegantes como o bolinho que serviam... [+]