Cozinhar tem o poder de provocar-me a perda da noção do tempo. Um bolinho para bater, um ramo de alecrim, uma vulgar pitada de sal e sou facilmente transportada para outras dimensões. Sinto-me como a criança que brinca sem notar que escureceu, como o velho que joga dominó na praça até que sua véia venha lhe buscar chacoalhando o rolo de macarrão, ou como aquela moça que dança sozinha na festa, de olhos fechados, alheia ao sol que chega e aos poucos viventes que a observam.... [+]