Las Palabras y las Cosas – Parte I

Aqui se diz picatostes para croûtons. Cojines são almofadas. Almohadas são os travesseiros, mas travesero é travesso. Sábanas são lençóis, bajera pro de baixo, encimera pro de cima. Encimera é também a bancada da cozinha.

Torrijas sao como as rabanadas que comemos no Natal, só que aparecem é na Páscoa, rebanada é tão simplesmente uma fatia de pão. Uma fatia igualzinha àquela que minutinhos atrás cortei e fritei em azeite quente pra fazer picatostes.

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As palavras e as coisas é o título de um livro de Foucault. Tive contato intenso com ele, o livro, não o Messiê Fucô, quando parei de fazer a ponte Rio-São Paulo toda semana, despedi-me da primeira e fui desbravar a segunda. Gosto por demais desse título, As Palavras e as Coisas, a despeito de pouco lembrar do miolo além da parte que fala sobre ‘As Meninas’, aquele quadro do Velásquez que tem metalinguagem, uma luz incrível, espelhos intrigantes, portas entreabertas, olhares expressivos e mil reflexões possíveis a fazer. Taí, vai ver é por isso que ando com esse nome na cabeça desde que pisei nessa terra 🙂

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Chamei de Parte I, Leitor e Leitora queridos, porque sei que tenho muito ainda a descobrir. E se você tem aí na ponta da língua uma dica, um causo, uma palavra, uma coisa, deixe aqui um comentário, que certamente vai aparecer na Parte II, na III e quantas mais houver.


Categorised as: Escritos


6 Comments

  1. miki w. disse:

    dadi, as palavras são tão belas. já escreves tão bonito com ‘a última flor do lácio inculta e bela’ e estoy doida a ver posts brincalhões com essa nova língua que te agora te segue!

    besitos, miki

    Ô, Miki-rida. Acho que eu a sigo mais do que ela a mim, vou correndo e dou minhas tropeçadinhas. Mas por ora estamos nos entendendo 🙂
    Um beijo, viu?

  2. Fer, escutei no radio outro dia uma entrevista com uma pesquisadora da linguagem, onde ela explicava como dependendo da lingua que falamos, mudamos nossa perspectiva de ver e pensar o mundo. Ela dava como exemplos faladores da lingua alemã e da espanhola e de como os objetos tinham generos diferentes–a mesa eh masculina para o alemao e feminina para o espanhol e assim os falantes dessas linguas definiam os mesmos objetos com adjetivos diferentes, definindo cada um a sua maneira, conforme a conotacao dada pela linguagem. As palavras e as coisas–exatamente como voce colocou aqui!

    Super beijo,

    Fer, que casualidad! De novo estávamos escrevendo uma à outra no mesmo instante. Sim, sim, as palavras e as coisas, esqueci de comentar do moço da loja que, ao me descobrir estrangeira (oboviamente, que meu sotaque é uma salada-russa) começou, todo querido, a me ensinar o nome das coisas de cozinha (eram bem poucas as que eu não sabia, por ululantes motivos, mas entrei na brincadeira). Ao final, soltou uma assim: “são ‘las fuentes’, ‘la olla’, la isso, la aquilo, la aquilo outro… tudo feminino, depois dizem que a Espanha é machista!” Eu ia emendar que é el cuchillo, el horno, etc etc, mas sorri e fiz a gringa 🙂
    Muito, muito verdade essa virada na perspectiva, uma lufada de ar fresco pra mim, que gosto tanto das palavras (e das coisas também).
    Me empolguei, Fer, isso virou praticamente outro post 🙂
    Vou começar a parte II desse trem já-já!
    ;***

  3. joana disse:

    estou na luta com as palavras desde que cheguei aqui… afinal, de castellano, eu tinha apenas o conhecimento instrumental adquirido com a leitura de textos na faculdade e um conjunto de frases reunidas em umas 8 aulas particulares! não sei porque certas coisas passam comigo, mas ainda me esgasgo em algumas besteiras (tonterias)… como pensar calzoncillo (cueca/boxer) quando a palavra é calcetines (meia), ou cuchillo (faca) quando quero de verdade um tenedor (garfo).

    =)

    (isso sem contar a surra que estou levando do catalão!)

    ps.: estou adorando os textos… me identifico com tanta coisa! =)
    beijos!

    Joana, fiz um ano e meio de aula, até que me viro… mas o catalão deve ser o bicho! E eu também confundo as meias com as cuecas hahahahah. Um beijo ;***

  4. miki w. disse:

    =) besitos, amore!

  5. Querida Dadivosa,
    Há bastante tempo acompanho seu blog e nunca fiz nenhum comentário talvez até por timidez. Já testei algumas de suas receitas e o Sorvete da Vó Dinah ficou divino. Quase não deu tempo de fotografar e fiz algumas modificações por causa do meu filho e eu eexplico melhor no blog.
    Moro em Portugal há 11 anos e pelo visto estamos bem pertinho, quando quiser vir fazer uma visita seja bem vinda ok.

    Abraços,
    Márcia – Cascais.

    Márcia, querida, seja benvinda! Passei pela sua cozinha e deixei um oi ;***

  6. Paula disse:

    Dadivosa,
    Pelo jeito é a chance de quem nunca se manifestou, falar! Eu também sempre venho aqui, e tua ida pra Espanha me lembrou minha aventura de quase 10 anos atrás, quando passei uns 3 meses perambulando pelo País Basco…Euskera é algo que nem nos atrevemos a comentar! Ecaaaaaaaa! Morava numa pensão chamada TXIKI POLIT (ô linguinha que só tem X, T e K!), porém a palavra que acho mais meiguinha, e que mais adorei aprender em espanhol foi palomitas (pipoca), que vem de paloma (pomba)…uma delícia comer “pombinhas” e lembrar disso. Coisa fofa, né?

    Beijos, Paula

    Paulitixik, seja benvinda!
    Ainda não estive por aquelas bandas, mas sim, deve ser uma aventura e tanto! Palomitas é mesmo uma palavra fofinha, bem lembrado!
    Um beijo, querida, e não se acanhe, comente quando tiver vontade! ;***

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