Arquivo da categoria ‘Blog’

Nem ferver uma água…

Basta ferver a água com sal e manteiga, adicionar leite, misturar o conteúdo do pacote e deixar descansar por meio minuto. Nada de escolher, cozinhar e descascar as batatas (a ordem ao gosto do freguês), passar pelo espremedor, juntar a quantidade desejada de manteiga e/ou leite, temperar, garantir que chegue quente à mesa, sujar louça, respingar fogão, pelar os dedos. Tudo muito rápido, tudo muito simples, tudo muito garantido. Só que não. Apesar de ter lido as instruções, consegui errar... [+]

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Dadinete, o danete da Dadivosa*

Dadinete

Danete caseiro Tenho um punhado de amigos e parentes gastronomicamente ortodoxos. Ou, como o representante-mor Daniel refere-se a si mesmo, gastronomically challenged. O termo, de um politicamente correto quase cafajeste, qualifica nada mais do que uma pessoa com paladar restrito, pouco aventureiro. Não gosto de dizer que é paladar infantil, pois conheço crianças bastante mais destemidas e gastronomicamente curiosas do que o senso comum nos faz crer. E apesar de ser também eu curiosa e destemida para provar novos sabores,... [+]

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Cozinha pra mim?

A depender do interlocutor, “Cozinha pra mim?” tem o efeito de um “Me beija!“. Um pedido assim é promessa de preguiça, samba e amor até mais tarde, ou o interlúdio que sucede algumas horas no computador para terminar um trabalho, responder os correios, buscar aquela música do fim do século passado, pagar as contas… e precede o dobro dessa quantidade de horas numa soneca de pernas enroscadas em tarde de canícula que não suporta mais do que uma salada. Um... [+]

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De volta à Suíça

– Ça va, ma jolie cusinière? – Tô triste, Suíço. – Vem pra cá! – Ó que eu vou… – Ouiiiii!! Chego duas semanas depois dessa conversa pelo Skype meio em frangalhos, com alguns planos, casacos e biquíni (porque o tempo era incerto), cachaça e suco de maracujá na bagagem conforme o pedido. Os frangalhos, aquela troca de casca anual e necessária mas nem por isso confortável, começam a cair já pela janela do trem que passa ao redor do... [+]

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Desgarrados

Tínhamos 15 e 16. Casamento da irmã mais velha dele, família por todo o lado. Vó Meloca esqueceu uma calçola-barraca-dupla no quarto, o tio pendurou no lustre, a véia procurando a casa toda sem querer dizer o quê e a gente rindo a tarde inteira. Deitamos no tapete da sala, cabeça com cabeça, enquanto todos corriam pra lá e pra cá entre vestidos e ternos e cheiro de laquê e sapatos novos. – A gente devia era ficar solteiro pra... [+]

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Luxúria

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Ele gostava das minhas pernas. Talvez ainda goste e prefira como elas estão hoje, não importa. Me gostava inteira e dizia. Dou um meio sorriso ao abrir a despensa e a geladeira, tem algo dele ali. Sempre tem. Numa passada de olhos pelas embalagens de azeite, granola, mel, arroz, café e torradas, lembro dele e lembro de algum outro. Vão-se os amores e aquela história toda… ficam os sabores e o consumo da geleia X porque gosto do vidro e... [+]

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Creme de Gengibre (para dois)

Você pode substituir o leite por creme de leite fresco, já fiz e ficou bom. Pode também dobrar a receita, seja para servir mais dois convivas ou deixar um agrado na geladeira pra depois (não o fiz e me arrependi). Receita de Creme de Gengibre Ingredientes: 250 ml de leite 30 g de açúcar 2 gemas 1 pedaço de gengibre (uns 2 cm, mais ou menos, esqueci de pesar) em fatias Como fazer: Ligue o forno para preaquecer (180 –... [+]

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Post adiado é post perdido

Poivre Long

Quando cozinho ainda me acontecem coisas que não me acontecem quando não cozinho. Por mais sumida que andasse, dava sempre um jeito de fazer um chamego no Fogão. Comprei um acessório de moer que se encaixa na batedeira e desembestei a fazer aquele ragú di carni que aprendi na Toscana, hambúrguer caseiro, inúmeras versões de quibe cru e cozido, rolos e bolinhos de peixe… Uma belezinha, peguei amor, nem ligo de ter de lavar o traste depois, não vivo mais... [+]

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Avental Dadivoso

Andei aprontando e vem coisa nova por aí… 😉 [+]

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Como fazer Guefilte Fish – receita de vó

No meu entendimento, cozinhar com a vó – própria ou alheia – é sempre uma dádiva, um privilégio. São algumas horas (porque comida de vó não se faz em 15 minutos) ali, trocando receitas, ouvindo e contando causos, tentando absorver de alguma forma toda aquela sapiência que só os anos da delicadeza oferece. Delicadeza e impertinência, que se vocês se tornarem íntimas o suficiente logo aparecem a audição seletiva, a teimosia, uma que outra bronca dirigida a você ou a... [+]

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