Não sei dizer se era um costume de priscas eras, uma habitude da colônia alemã, uma coisa de gente simples ou a mistura de tudo isso. O fato é que na família da vó há registro de diversos casos de irmãos de criação. Geralmente um primo ou prima (distante ou não) que morava junto, crescia junto e tinha status de irmão de sangue. A tia Lair era nossa tia-avó de criação. Ela e a vó Nair acabaram morando na mesma rua, a poucos passos... [+]
A leitora não deve pensar que tenho horror à cidade grande, pois minha relação com São Paulo é justamente oposta. Ao meu ver, as benesses de se residir numa capital com milhões e milhões de habitantes ultrapassa em muito os reveses. E não me canso de agradecer o fato de poder contar com estabelecimentos de secos & molhados de extrema qualidade que ficam abertos bem depois de findo o horário comercial, para o deleite de notívagos, gourmets, gourmands e dadivosos em geral. Ontem fui às compras em... [+]
Eis que, ao contrair matrimônio, fui presenteada com uma vogra que, como já falei, é a mistura de vó com sogra. E eis que ela nasceu na Palestina, veio pro Brasil, morou um tempão na Argentina e está aqui de novo há muito tempo. Minha vogra tem 81 anos num corpinho de 60 e cabeça de 30, dirige seu Golzinho por tudo que é canto, faz hidroginástica, pinta quadros, trabalha como voluntária na igreja, faz tricô “pros velhinho do asilo”, tudo isso com saúde-pra-dar-e-vender-graças-a-Deus. Essa velhinha... [+]
No dia 17 de julho, quis saber com quantos anos os amigos leitores dadivosos e amigas leitoras prendadas iniciaram suas aventuras culinárias. Eis a parcial da época: Carol Grilo perguntou se valia dizer que foi aos 27. Fer Guimarães Rosa começou a inventar moda por conta própria, aos 8. Julio começou com brigadeiro, mas considera que a verdadeira iniciação ocorreu aos 22, quando foi morar longe de mainha. Renata começou pelos brigadeiros Nanna também começou aos 8 anos, ao testar... [+]
Um dia falo mais sobre as modas culinárias de maman. Tivemos verdadeiras eras dedicadas a frango com catupiry, língua ensopada com ervilhas, camarão na moranga, batata-palha, patês, bolos invertidos, lasanhas, chuchu-cheio…o engraçado é que muitas dessas coisas ela simplesmente cansou de fazer, enjoou, desgostou. Mas alguns preparados resistem aos caprichos novidadeiros e atingem a condição de “comida-ícone-da-ruth”. O “Repolho com Areia” é uma dessas. E ontem, num arroubo de saudade e nostalgia, resolvi reproduzir a receita em casa. Ficou igual,... [+]
Eu adorava quando a mãe me levava praqueles encontros da Tupperware. Para quem não lembra, ou não teve a oportunidade de conhecer, a coisa funcionava mais ou menos assim: Para cada região, existia uma representante-consultora-mestre-de-cerimônias. No nosso caso, acho que ela vinha de Blumenau, depois se mudou para Florianópolis. Essa representante ia na casa de alguém, que já tinha convidado pelo menos umas dez amigas, vizinhas, parentes ou afins para a “reunião”. Rolavam umas comidinhas, brincadeiras (sempre tinha bingo) e,... [+]
Quando a vó Dinah morreu, eu tinha 4 para 5 anos. Éramos muito grudadas e a mãe conta que ela gostava muito de mim porque eu era quietinha e companheira. Lembro de assistir ao Sítio do Picapau Amarelo enquanto ela fazia tricô ou lia a Contigo. Quando ela tava no hospital, minha tia deu um jeito de me esconder debaixo duma maca. Assim eu podia visitar a vó. Eu pedia pra ela apertar a minha mão pra dor ir embora.... [+]