torta de espinafre
Nos últimos seis anos, contabilizamos dois endereços cada um, mais três juntos.
Em cada teto fazemos um ninho.
Juntamos coleções e planos de ter um sofá-móvel para passear em domingos de sol na Avenida Paulista quando a idade parar as pernas.
Nosso amor, uma cabana e um fogão.
Um fogão que tenha forno, de preferência. Onde a gente possa assar bolo batido na colher de pau, fazer pão que assovia pelo talho da casca, providenciar a refeição símbolo de nosso cafofo: a torta ninho de espinafre.
Trata-se de massa folhada com ninhos de espinafre refogado. Em cada ninho quebramos um ovo. Vai tudo ao forno para coagular a clara e deixar a gema aquecida, porém mole.
A massa compra-se pronta, congelada. Precisa descongelar antes de começar a receita, o que recomendo fazer na geladeira, deixando de um dia para o outro. Não tente abrir a massa ainda meio congelada, vai rachar e arruinar seus planos, acredite. #játenteiedeuruim #quemavisaamigoé
O espinafre é congelado também, vem em pacotes de 400 gramas. Só precisa refogar. Deixe-o na geladeira umas horas antes, se puder.
De resto, minhas cambacicas e meus pintassilgos, é bico!
Para facilitar ainda mais, hoje tem passo a passo em fotos para você fazer a torta ninho de espinafre também (dizaí se não é puro amor!).
Torta ninho de espinafre (torta de espinafre)
Ingredientes: (4 pedaços)
- ½ pacote de massa folhada pronta (o equivalente a 150 g)
- 1 colher de sopa de mostarda
- 1 colher de sopa de azeite
- 2 dentes de alho, sem o miolo, picados
- 1 pacote de 400g de espinafre em folha congelado
- 4 colheres de chá de requeijão ou creme de ricota
- 4 ovos
- Sal, noz-moscada e pimenta-do-reino a gosto
Como fazer:
- Ligue o forno a 200oC e espere uns 15 minutos, pelo menos, até aquecer. Enquanto isso, organize os ingredientes e prepare o refogado de espinafre.
- Leve uma frigideira bem grande ao fogo médio. Refogue o alho no azeite, sem deixar dourar. Adicione o espinafre (pode ser congelado mesmo, vai demorar um pouquinho mais para aquecer, mas dá super certo) e vá mexendo até aquecer.
- Tempere o refogado com sal e noz-moscada a gosto. Desligue o fogo e reserve.
- Abra o rolo da massa folhada já descongelada, corte-o na metade e acomode a massa na forma (sem o plástico que vem junto!). Não precisa untar.
- Com um garfo, fure a massa folhada deste jeito:
- Espalhe a mostarda sobre a massa. Pode deixar um ou dois centímetros de borda, assim:
- Leve a massa preparada ao forno preaquecido a 200oC por mais ou menos 15 a 20 minutos, ou até estufar e assar. Fiquei ali, à espreita: quando a massa estiver pronta, vai ficar deste jeito:
- Retire a massa (mas não desligue o forno!) e espalhe sobre ela o espinafre, deixando quatro buraquinhos (os ninhos onde vamos colocar os ovos). Quanto mais altas as paredes laterais, menor a probabilidade de o ovo esparramar (mas se transbordar amor, que mal tem, né não?).
- Em cada um dos ninhos, coloque uma colher de chá de requeijão ou creme de ricota.
- Quebre cada um dos ovos, com cuidado para não furar a gema, em um pote à parte (ou viva perigosamente e quebre o ovo direto, sabendo que se um deles estiver ruim a receita vai para o beleléu!). Despeje um ovo em cada ninho.
- Salpique sal e pimenta-do-reino a gosto.
- Leve tudo ao forno novamente e fique de olho. O tempo aqui vai depender bastante. Meu ritual: marco 5 minutos. A partir daí, dou plantão em frente ao forno aceso, sem abrir a porta, espiando o progresso, bem dizer chocando mesmo.Quando as claras perderem a transparência, a torta de espinafre estará pronta, com a gema mole (se quiser gemas duras, deixe mais tempo).
Sirva a torta de espinafre imediatamente. Lembre-se de que a quentura da massa e do ninho continuam a cozinhar o ovo mesmo fora do forno. Se quiser comer gema molinha, precisa ser ligeiro. Aqui em casa a gente é.
Já servi essa torta de espinafre como entrada, em forminhas redondas. Fica uma fofura. O processo é todo o mesmo. A diferença é que eu corto a massa antes, acomodo em forminhas redondas de borda baixa (de quiche individual). Fez sucesso e até quem não gosta de ovo comeu tudo (há testemunhas!). Tudo bem que naquele dia eu quase arranquei o dedo fora com a serra de pão, dei uma pequena desmaiada e apavorei de leve as visitas. Acordei com a boca cheia terra achando que tinham me enterrado viva. Era só sal. Rimos muito. Seguiu o baile.
Fotos: Vincent Pasquier
Jogos americanos feitos com o maior capricho, sob encomenda, pela Paloma da Heimade
Que felicidade ver novos posts por aqui! Sempre poéticos e cheios de ternura! Amei a receita, testarei por aqui também
Oi, Luiza!
Estou me programando para escrever algo novo toda terça-feira. Que bom tê-la de volta! <3
Depois me conta como ficou a sua torta!
beijão ;***
Querida Fernanda, o texto é tão gostoso quanto a receita. Cozinhar vai além da combinação de ingredientes. Requer dedicação e intimidade com quem irá desfrutar o quitute. Também vem acompanhado de boas lembranças, de bom astral e de muito carinho. Que delicia saborear seus textos.
É verdade, Gabriela
Cozinhar é conviver! 🙂
Grande beijo ;***
Ahh, só agora reparei no e-mail!
Vocês tiveram papel fundamental em muitas das minhas boas lembranças e no carinho ao redor da mesa. <3