Posts Tageados em ‘texto’

Como Ficar Contente com um Amor Vegetal

Acho que foi no Chucrute com Salsicha que li pela primeira vez sobre minha escritora de comida favorita, a M.F.K. Fisher. Se não foi, ficará sendo, pois toda vez que leio algo sobre ela, é da Fer que me lembro. Fisher fala de amor e de comida, da mistura dos dois e de suas implicações. Concordo com muitas das visões dela sobre esses assuntos e chego a reler diversas vezes o mesmo parágrafo, ora rindo e balançando a cabeça, ora com... [+]

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Jornalismo Gastronômico

Guardei o caderno Paladar de ontem, que estava especialmente bom. Numa classificação absolutamente pessoal, três destaques por ordem decrescente de interesse: A resenha do Horta para o novo livro do chef de Mugaritz (conteúdo para assinantes). Uma homenagem à Manteiga Aviação (conteúdo para assinantes). Livros de comida para ler nas férias (conteúdo livre). [+]

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O Senhor da Razão

Cozinhar tem o poder de provocar-me a perda da noção do tempo. Um bolinho para bater, um ramo de alecrim, uma vulgar pitada de sal e sou facilmente transportada para outras dimensões. Sinto-me como a criança que brinca sem notar que escureceu, como o velho que joga dominó na praça até que sua véia venha lhe buscar chacoalhando o rolo de macarrão, ou como aquela moça que dança sozinha na festa, de olhos fechados, alheia ao sol que chega e aos poucos viventes que a observam.... [+]

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Casquinha de Siri

Casquinha de Siri

O Vô Juju, pai do pai, criava uns passarinhos em casa. Manons, bicos-de-lacre, canários-do-reino, curiós, acho. Lembro-me muito bem da lata marrom de pomada que ele passava nas patinhas deles, do anel de marcação que punha com cuidado nos “tornozelos” e da papinha que fazia para dar na boca dos filhotes (ou dos doentes, não sei ao certo). A mesma paciência que tinha com os passarinhos, tinha com a madeira. Eu devia ter uns sete, oito anos quando ele fez aqueles mágicos carrinhos de boneca... [+]

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Amor em Penca

Cresci comendo muita banana, de tudo quanto era jeito: pura, amassadinha, com açúcar e canela, na massa de pastel, frita, no bolinho, na cuca, na torta, em sobremesa, com arroz e feijão, no sanduíche, assada, na farofa, na vitamina, cozida, na mamadeira… Hoje me dou conta de que ela participou de minha vida, companheira e sempre disponível desde a mais tenra idade. Faz parte da cultura culinária da família e, para mim, guarda uma associação muito forte com a Vó... [+]

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Coisas Queridas – Canecas

Caneca Unicef

Não existo sem antes sorver um canecão de café preto. É um prazer inenarrável ao qual me dedico todas as manhãs. E o ritual fica ainda mais gostoso quando passo o café na hora, direto para dentro de uma das minhas canecas preferidas. Com as constantes mudanças, algumas quebraram-se, outras decidiram por ficar onde estavam. É que às vezes, ao contrário de mim, elas criam raízes, apegam-se aos lugares e não arredam o pé, digo, a asa. As mais queridas de todas... [+]

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Genealogia

Possuo toda uma carga genética culinária, uma herança dadivosa que me chegou por parte de mãe e de pai. São avós, pais e tios, homens e mulheres de toda a sorte de personalidade e interesses. Mas enxergo na maioria deles uma forte relação com o mundo da comida. Afinal, segundo o ditado, o sapateiro olha pro sapato! Começo a suspeitar que esse gene tem o poder de se fortalecer a cada grau de descendência, principalmente nos homens. E é sobre eles, os... [+]

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As Palavras e as Coisas

Ratatouille Serelepe

Não lembro mais onde li que as línguas faladas nos lugares mais quentes da terra tendem a apresentar muitas vogais. Lenda ou não, acredito de verdade que essas cinco letrinhas conferem cor e alegria ao falar. Foi pensando nisso que me dei conta, enquanto picava as abobrinhas, de que a palavra ratatouille tem todas as vogais dentro dela! Vai ver é por isso que cor e alegria não faltam a essa receita, que tem verde, tem branco, tem vermelho, tem amarelo, tem... [+]

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As Pitangas mais Doces do Mundo

Não sei dizer se era um costume de priscas eras, uma habitude da colônia alemã, uma coisa de gente simples ou a mistura de tudo isso. O fato é que na família da vó há registro de diversos casos de irmãos de criação. Geralmente um primo ou prima (distante ou não) que morava junto, crescia junto e tinha status de irmão de sangue. A tia Lair era nossa tia-avó de criação. Ela e a vó Nair acabaram morando na mesma rua, a poucos passos... [+]

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Queima-te Sésamo!

A leitora não deve pensar que tenho horror à cidade grande, pois minha relação com São Paulo é justamente oposta.  Ao meu ver, as benesses de se residir numa capital com milhões e milhões de habitantes ultrapassa em muito os reveses. E não me canso de agradecer o fato de poder contar com estabelecimentos de secos & molhados de extrema qualidade que ficam abertos bem depois de findo o horário comercial, para o deleite de notívagos, gourmets, gourmands e dadivosos em geral. Ontem fui às compras em... [+]

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